Como é trabalhar na TI de um órgão público?

Em Concursos por Jonathan Maia

Nesta postagem, compartilharei alguns dos pontos positivos e negativos ao trabalhar com TI (Tecnologia da Informação) em um órgão público. De início, ressalto que essas são minhas percepções e refletem experiências pessoais. Suas experiências, expectativas e valores podem ser completamente diferentes dos meus, portanto, faça a leitura com isso em mente.


Como já relatei na postagem Como fui aprovado nos concursos que fiz ? 18 estratégias de preparação, já passei pela Dataprev (apenas um mês), pelo Serpro (por nove meses) e estou no TRT do Ceará desde janeiro de 2010.

Dos órgãos pelos quais passei através de concurso público, a Dataprev e o Serpro possuem a TI como área fim, ou seja, a TI é o negócio principal da empresa. Além disso, Dataprev e Serpro são empresas públicas e a contratação é regida pela CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas, com carteira assinada e FGTS, como na iniciativa privada). No TRT, a TI é uma área meio da organização, ou seja, ainda que estratégica, a TI serve como um meio para o “negócio” principal do órgão, que é julgar causas trabalhistas. Nos Tribunais e nos órgãos de regime estatutário, a contratação é regida pela Lei 8.112 (sem carteira assinada e sem FGTS).

Em órgãos onde a TI é área fim, como Serpro e Dataprev, analistas e técnicos de TI são o centro da festa: eles geram valor ao negócio. Além disso, os ambientes tendem a ser mais informais. Como exemplo, o pessoal da Dataprev pode trabalhar de bermuda e o ambiente de trabalho do Serpro é extremamente animado e efervescente. Como provedores de soluções de TI para outros órgãos, a gama de projetos e tecnologias com as quais podemos ter contato é vasta, havendo uma “relativa” possibilidade de “migração” para áreas que mais lhe interessam. As novas tecnologias e metodologias de gestão também possuem uma absorção mais rápida nessas organizações.

Já em órgãos onde a TI é área meio, como TRTs, TREs, Receita Federal, Sefaz, Senado, Câmara, etc, os servidores da TI sustentam e desenvolvem soluções que suportam o negócio principal do órgão: o foco final sempre será no negócio da organização. Isso quer dizer que a TI é jogada pra escanteio ? Claro que não. Há uma tendência geral para que as áreas de Tecnologia da Informação dos órgãos sejam tratadas como estratégicas, em alguns casos, com submissão funcional diretamente à presidência (caso do TRT Ceará). Como área meio, o ambiente de trabalho tende a ser mais formal. Dependendo de seu cargo ou necessidade interação com “autoridades”, seu vocábulo e vestimentas deverão ser mais rígidos, com uso de pronomes de tratamento específicos (ex: excelentíssimo, doutor, …) ou roupas mais engomadas (ex: roupa social ou terno), embora não haja uma regra geral e muitos colegas trabalhem com jeans e t-shirt.

Quando trabalhei na Dataprev e Serpro, a carga horária era de oito horas mais uma hora de intervalo (ex: manhã das 08:00 às 12:00, intervalos das 12:00 às 13:00, tarde das 13:00 às 17:00). No TRT e em vários órgãos do Judiciário Federal, é preciso cumprir uma jornada de trabalho de sete horas corridas, com banco de horas e flexibilidade nos horários de entrada/saída (ex: posso entrar 07:30 e sair 14:30, ou então entrar 09:00 e sair 16:00).

Na Secretaria de Tecnologia da Informação do TRT, temos três Divisões:

  • Divisão de Desenvolvimento de TI (projetos de novos sistemas ou sustentação de sistemas existentes);
  • Divisão de Infraestrutura de TI (redes, servidores, bancos de dados, …);
  • Divisão de Relacionamento com o Cliente (central de serviços, suporte técnico, hardware, …),
Organograma da TI do TRT Ceará

Organograma da TI do TRT Ceará

As TIs dos Tribunais do Trabalho possuem estruturas “similares” à do TRT Ceará, com algumas variações. Existe um secretário de tecnologia, que atua como CIO e fica abaixo da presidência do Tribunal (ocupada por um(a) desembargador(a)). Cada divisão possui um diretor, que se reporta ao secretário de tecnologia. Abaixo de cada divisão existem setores. Como exemplo, ocupo a chefia do Setor de Projetos de Sistemas, que fica abaixo da Divisão de Desenvolvimento de Sistemas. O secretário, cada diretor e cada chefe de setor recebem gratificações específicas (quanto mais alto na hierarquia, maior a gratificação).

Em meu dia a dia na Divisão de Desenvolvimento do TRT, trabalho em projetos de sistemas e já estive envolvido nas diversas etapas de um projeto, desde o levantamento de requisitos, análise e projeto, codificação, testes, implantação, gerenciamento de projetos, … Utilizamos Scrum desde o início de 2016 (atuo como Scrum Master) e temos obtido ótimos resultados, com melhoria da produtividade e aumento da satisfação da equipe. Para quem já leu o livro Scrum: a arte de fazer o dobro na meta do tempo do Jeff Sutherland ou o material do meu curso Seja Ágil Com Scrum, nossa métrica da felicidade, que indica o nível de satisfação da equipe, gira em torno de 4.1 de um máximo de 5.0, o que é ótimo!!

A seguir, listarei alguns pontos positivos e negativos sobre o trabalho na TI de um órgão público, sempre alternando-os. De verdade, acredito que não existe local de trabalho perfeito: desde o Google até o zé da esquina podem possuir méritos e deméritos. Não acredita que o Google pode possuir pontos negativos? Estou lendo agora o livro Como o Google Funciona, escrito por Eric Schmidt e Jonathan Rosenberg, dois cabeças do Google. O livro é excelente e inspirador, mas em vários momentos eles relatam como alguns Googlers (funcionários do Google) relatam como era melhor trabalhar na empresa há um tempo atrás, ou mesmo o alto nível de dedicação necessário à empresa (no livro é relatado o exemplo de uma mãe ainda amamentando e trabalhando às nove horas da noite). Nove horas eu estou é quase dormindo. 🙂

Ponto positivo: Salário e carga horária melhores que médias de mercado

As médias salariais dos órgãos públicos tendem a ser maiores que as médias de mercado (não entrarei nos méritos filosóficos da questão). Média é média, portanto, existem exceções. Como exemplo, em São Paulo, imagino que essa regra não é válida, tendo em vista o mercado de TI mais valorizado e aquecido.Não é habitual ter que trabalhar além do horário estabelecido, embora isso possa acontecer. Em algumas situações, já tive que trabalhar aos sábados/feriados ou entrar no período noturno, mas posso contar nos dedos das mãos. Das poucas vezes que ocorreu, recebi hora extra ou banco de horas adequado (multiplicado por 1.5 aos sábados e por 2.0 em domingos ou feriados).

Ponto negativo: Dificuldade para reposição inflacionária

Em alguns municípios, estados ou empresas públicas federais (ex: Serpro e Dataprev) existe uma data base anual para a recomposição inflacionária dos salários, entretanto, essa não é a realidade do serviço público federal ou de alguns municípios/estados. O que isso pode significar ? Alguns anos sem reposição inflacionária adequada e greves para forçar a negociação com o governo. Depois de anos sem reposição com taxas galopantes de inflação, são necessários reajustes maiores para a recomposição, causando uma má impressão perante os meios de comunicação e a população. O ideal é que houvesse uma data base anual em todo serviço público com a reposição, pelo menos, da inflação do período, conforme recomendado pela constituição federal.

Ponto positivo: Colegas bastante capacitados

Com os concursos cada vez mais difíceis, o nível de seus colegas de trabalho na TI será muito alto. Confessando um preconceito, antes de entrar no serviço público, eu imaginava que me depararia com muitos servidores desqualificados e desocupados na TI: não foi o que encontrei. Hoje, trabalho com muitos analistas e técnicos que eram expoentes na iniciativa privada. Mas Jonathan, isso quer dizer que 100% dos servidores são motivados e esforçados? Claro que não. Nem na iniciativa privada isso é uma realidade. Também varia muito de órgão para órgão. Nos três órgãos pelos quais passei, o pessoal da TI é extremamente capacitado.

Ponto negativo: Excesso de demandas para poucos servidores

Alguns órgãos têm sido agraciados com quantidades de servidores de Tecnologia compatíveis com seus tamanhos, entretanto, essa não é uma realidade geral, e em muitas TIs haverá um excesso de demandas para equipes enxutas, demandando que os servidores da TI desempenhem múltiplos papéis. Como exemplo, um servidor poderá estar envolvido simultaneamente em projetos e sustentação de sistemas, o que não é ideal.

Ponto positivo: Melhoria em Gestão de TI

Órgãos de controle (TCU) ou conselhos superiores (CNJ, CSJT, …) têm cobrado dos órgãos públicos definições e melhorias nos processos de gestão da TI, com adoção/formalização da governança de TI, políticas de segurança, gestão de projetos, processo de desenvolvimento, etc. Ter processos ou políticas definidos não é uma garantia de boa gestão, como bem sabemos, entretanto, é um bom início.

Melhoria em gestão

Melhoria em gestão

Ponto negativo: Nem sempre se escolhe com o que irá trabalhar

Esse é um ponto que depende da necessidade do órgão e dos cargos de TI disponíveis. Em alguns órgãos, existe um cargo para Analista de Desenvolvimento, outro para Analista de Infraestrutura, outro para Analista de Governança, ou seja, você será lotado na sua área de atuação. Já em outros locais (caso da maior parte do Judiciário Federal), existem apenas os cargos de Analista de TI e Técnico de TI. Servidores de tais cargos, em teoria, poderão ser lotados em quaisquer áreas da TI, dependendo da demanda do órgão. Obviamente, seu background profissional será levado em consideração, mas, dependendo de sua colocação no concurso e das necessidades do órgão, você poderá ser lotado em uma área que não domina/gosta. Uma maneira de sanar essa dúvida: ao abrir um concurso, envie e-mail para o gestor da TI do órgão de seu interesse questionando sobre as necessidades existentes. Eles tendem a responder na boa.

Ponto positivo: Possibilidade de utilização de tecnologias modernas e inovação

Antes da crise atual, o governo possuía dinheiro para investimentos em TI (há um risco de a Justiça do Trabalho fechar as portas antes do final do ano). Já trabalhei com as melhores ferramentas de Business Intelligence no serviço público (BO, Microstrategy, Powercenter, …). Também utilizamos os melhores bancos de dados do mercado. Ultimamente, tenho visto várias iniciativas utilizando Angular, React, REST, PhoneGap, embora Java Enterprise Edition ainda seja o carro chefe. Integração contínua, issue tracker, testes automatizados e gerenciamento ágil de projetos são realidade no desenvolvimento de sistemas em diversos órgãos. Falando-se em infra-estrutura, podemos contar com sala cofre, ativos de rede de última geração, links de comunicação eficientes, autonomous system, etc. Obviamente, isso varia muito de órgão para órgão.

Também é possível inovar no serviço público (aquilo que o Eric Ries chama de intrapreneurship no ótimo livro A Starup Enxuta). Em 2015, tive o privilégio de liderar um projeto que recebeu menção honrosa no prêmio e-Gov de 2015, que é o prêmio de Excelência em Governo Eletrônico. No evento, pude ver projetos de órgãos públicos utilizando Geolocalização de cargas com tags RFID, projetos de BI bastante complexos, sistemas de educação admiráveis, entre outros. É possível brincar com o que há de novo no mercado e inovar, auxiliando na melhoria dos serviços públicos de nosso país.

Cerimônia do Prêmio e-Gov 2015

Cerimônia do Prêmio e-Gov 2015

Ponto negativo: Manutenção de sistemas legados

Embora seja possível utilizar tecnologias modernas em novos projetos, quando não é viável migrar os sistemas legados, alguém terá que mantê-los. Em alguns órgãos, prepare-se para trabalhar com algumas coisas mais antigas. Como exemplo, o SIAFI, mantido pelo Serpro, é disponibilizado em plataforma alta Mainframe (Natural + Adabas). Oracle Forms/Reports, Delphi e Clipper são algumas das tecnologias com as quais você poderá se deparar.

Manutenção de sistema legados: Thug Life!

Manutenção de sistema legados: Thug Life!

Ponto positivo: Seu trabalho pode impactar a sociedade 

Certo dia, quando cheguei ao TRT, vi um senhor aposentado conversando com uma servidora de um setor vizinho à TI. Ele chorava pois seu processo ainda não havia sido resolvido após longos anos. Aquela cena me marcou. Meu trabalho poderá impactar a sociedade, positivamente ou negativamente. Alguns servidores públicos, com a dita estabilidade (ponto abordado ao final), acabam relaxando em sua missão principal: servir à população de um país carente. Ter nas mãos a possibilidade de melhorar a situação de nosso país através da inteligência e tecnologia é desafiador e deveria ser um valor de cada servidor público.

Ponto negativo: Burocracia

Sabemos que a burocracia é um mecanismo de controle dos órgãos públicos para evitar possíveis desvios (monetários ou não), entretanto, ainda é um ponto negativo. Quer comprar determinada software ou equipamento? Faça uma licitação ou adesão a um registro de preço. Em diversos órgãos, determinados servidores da TI tratam exclusivamente de processos de aquisição. Quer fazer o pedido de algum benefício como adição de um dependente no imposto de renda? Abra um processo administrativo. Quer fazer um curso pago ? Processo de contratação, além da necessidade de verba disponível e planejamento com antecedência.

Já vi órgãos públicos com normatização de processos de trabalho operacionais pelo presidente da instituição, o que engessa completamente a possibilidade de melhoria contínua e, em minha humilde opinião, é uma péssima prática (nenhum dos órgãos pelos quais passei faz isso).
Burocracia é uma delícia! #sqn

Burocracia é uma delícia! #sqn

Ponto positivo: Unificação de sistemas nacionais

Um dos exemplos é o Processo Judicial Eletrônico, que foi adotado pelo Conselho Nacional de Justiça e espalha-se por todo o Poder Judiciário (Federal ou Estadual). Sistemas nacionais impedem que sistemas com propósitos semelhantes sejam desenvolvidos por múltiplos órgãos, trazendo economia aos cofres públicos. Na Justiça Eleitoral, boa parte dos sistemas já é nacional. Na Justiça do Trabalho, a unificação de sistemas já possui algumas iniciativas. Entretanto, creio que o governo ainda possui muito a evoluir. Sistemas de Material e Patrimônio, Sistemas de Processo Administrativo, Sistemas de Gestão Orçamentária, Sistemas de Pessoal são necessários em todos órgãos públicos e deveriam ser unificados, inclusive, ultrapassando as barreiras dos poderes da República. As iniciativas de unificação ainda são bastante concentradas dentro de cada poder: sistemas do judiciário, sistemas do executivo e sistemas do legislativo, enquanto existem demandas idênticas nos três poderes que poderiam ser unificadas.

PJe: ótimo exemplo de unificação de sistemas

PJe: ótimo exemplo de unificação de sistemas

Ponto negativo: Decisões políticas (nem sempre técnicas)

Nem sempre as decisões tomadas são puramente técnicas. Como, em essência, o propósito do governo não é gerar lucro (diferentemente da iniciativa privada), por vezes, há um componente “político” envolvido nas decisões: demandas de um gestor específico com mais poder na organização, decisões tomadas antes de consultar a Área de Tecnologia sobre a viabilidade, possibilidade de gestores da TI serem ocupantes exclusivamente de cargo em comissão (não ser um servidor público) são alguns exemplos.

Ponto positivo: Benefícios

Alguns órgãos possuem benefícios bastante interessantes. Como exemplo, a Dataprev possui um auxílio escolar para cada filho no valor de 1,38 salário mínio até os 18 anos (tinha gente lá com quatro filhos que não queria saber de outro trabalho). Alguns órgãos pagam adicionais por especialização, mestrado ou doutorado. No caso do TRT Ceará, o adicional é de 7.5% sobre o vencimento base para especialização, 10% para mestrado e 12.5% para doutorado. Alguns órgãos estaduais chegam a pagar de 30% até 70% de adicional por especialização, mestrado ou doutorado. Auxílio saúde, auxílio maternidade mais longo e auxílio creche são exemplos de outros benefícios que o órgão pode fornecer.

Ponto negativo: Dependência da saúde financeira do governo

Como estamos vendo no Rio de Janeiro, a saúde financeira do governo pode afetar o pagamento do salário dos servidores. Esse é um extremo. No geral, os salários não costumam atrasar, entretanto, é um risco a considerar.

Ponto positivo: Teletrabalho está chegando

No TRT Ceará, já temos dois servidores da TI na modalidade de teletrabalho. O Conselho Nacional de Justiça normatizou há pouco tempo o teletrabalho na resolução 227 de 2016. Uma das restrições imposta pelo CNJ é que o servidor não poderá estar fora do país (salva na hipótese de servidores que tenha direito à licença para acompanhar cônjuge). Também costuma-se exigir um aumento na produtividade dos servidores em teletrabalho (ex: aumento de 20% sobre a média da produtividade dos servidores presenciais). As condições variarão com as normatizações de cada órgão ou poder.

Ponto negativo: Limitação das possibilidades de atuação

Como servidor público, você não poderá exercer cargo de gerencia ou administração em uma empresa privada, entretanto, poderá possuir um segundo trabalho na iniciativa privada.

Se seu sonho é morar fora e trabalhar via teletrabalho, como mostrei no tópico anterior, existem restrições relativas a isso em alguns órgãos (caso do Poder Judiciário), então, contente-se em viajar nas férias. 🙂

Ponto neutro: Estabilidade

A estabilidade é uma faca de dois legumes. 🙂 Por um lado, é importante para impedir que um governo específico desligue servidores concursados por pura incompatibilidade ideológica. Por outro lado, a estabilidade pode gerar servidores “acomodados”, que, na prática, não serão demitidos, independentemente da produtividade. Em seu órgão, invariavelmente, você conhecerá servidores que não produzem absolutamente nada. Trato esse como ponto neutro, nem positivo nem negativo. Ainda precisamos desenvolver um mecanismo efetivo de proteção aos servidores que priorize o interesse público.

Estabilidade: A faca de dois legumes.

Estabilidade: A faca de dois legumes.

Conclusão

Espero que minha descrição tenha dado um vislumbre imparcial de como é trabalhar na TI de um órgão público e que isso possa auxiliá-lo em suas decisões profissionais. Pessoalmente, não tenho planos para sair do órgão público no qual trabalho: em meu caso, os prós são mais relevantes que os contras.

Se você tiver mais alguma dúvida, poste aqui nos comentários.

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Um forte abraço e até mais.

Comentários

  1. Olá Jonathan, meu nome é Alex , trabalho no Serpro e concordo com as suas palavras com relação a Ti nos órgãos públicos. Coincidência rapaz você ter trabalhado no Serpro, eu fiz esse último concurso do TRT do Ceará fui aprovado, estou em terceiro lugar, porém ainda vai ser homologado até o fim do ano, e aí estão precisando de muita gente? Será que as convocações serão logo kkkk. Vamos ver se trabalhamos na mesma equipe. Deus o abençoe!

    1. Autor

      Olá, Alex. Tudo bem ? Pois é, trabalhei no Serpro quase um ano, gostei bastante!
      Parabéns pela aprovação, esse concurso foi bem disputado!
      Rapaz, infelizmente ainda não temos os cargos vagos nem expectativa real de criação para as nomeações.
      Ficamos na dependência de criação de novos cargos pelo congresso, ou seja, é completamente incerto.
      Mas torcemos para que eles sejam criados.
      Um abraço e até mais!

  2. Obrigado Jonathan pelo seu retorno, vamos aguardar então a liberação para as nomeações, esse é a parte burocrática que mesmo sendo compreensível é bem chata. Fazer o que! Estou ansioso pela convocação! Bom dia!

  3. Oi Jonathan
    Meu nome é Mariana e trabalho no TRT/SP.
    Estou trabalhando em uma tese de mestrado sobre o teletrabalho no ambito de empresas públicas (enfoque em TI).
    Achei muito interessante suas colocações e possivelmente entrarei em contato novamente para trocar figurinhas!
    Abraço

  4. Só umas ratificações que eu faria no texto no que tange à Dataprev:
    1. Horario – desde que trabalho aqui o horario é flexivel tanto para entrada como para a saída, cumprindo algumas questões;
    2. Vestimenta – bermuda é algo relativamente novo (acho que não tem 2 anos) e é exceção e não regra;
    3. Migração de setor – é sim possível, mas é muito mais imutável/congelada/fixa do que mutável;
    4. Processos – há setores responsáveis por esta matéria, então tem-se de usar o que está lá escrito;
    5. Tecnologias – congelado ao padrão da empresa.

    No entanto, é compreensível que tenha visto desta forma, dado que passou tão pouco tempo.

  5. Ótimo artigo, Jonathan!

    Trabalho no TRF1 há pouco mais de 1 ano e a realidade lá é bem arcaica com relação ao que você citou. Não temos servidores capacitados para várias áreas e muito menos para desenvolvimento. Vários já se acomodaram e acabam atrapalhando nas evoluções. Embora tenhamos horários flexíveis e oportunidades para evolução de ferramentas, inclusive já consegui – com uma equipe – fazer com que os novos sistemas sejam feitos com Angular e Ionic; backend Java e PHP. A maior parte dos servidores não quer aprender e nem usar essas tecnologias. Preferem Oracle Forms e programação em banco de dados, pedem treinamento, mas não correm atrás de google-ar para tentar algo novo. Ao contrário da equipe que citei que quer mudanças e melhorias no trabalho.

    Muita politicagem e muita burocracia, além do ego pessoal, fazem parte da TI de lá. Muitos servidores falam mal do órgão por vários motivos com muita razão. Eu vim de empresa privada tendo trabalhado por 14 anos e estou muito incomodado e triste com essa situação nesse órgão. Vi que o órgão público tem jeito, tem vários evoluindo bastante (CNJ, CJF, TST, TRTs, TSE, etc), mas creio que tudo só vai dar jeito se alguém de cima ter visão dos problemas e tomar alguma ação, ou seja, ter gestão correta dos profissionais e sistemas.

    Enfim, muito boa sua visão profissional e se mantendo como desenvolvedor mesmo estando em cargo de gestão. Parabéns e que venham mais artigos interessantes. Abraços, Wallace!

    1. Autor

      Olá, Wallace.
      Obrigado por compartilhar sua experiência. A realidade que você narra é muito parecida com a que encontramos no TRT Ceará logo após o concurso de 2009. Mas assim, lá estavam alguns heróis que não eram da área de TI e tocaram o barco por muitos anos sem os recursos mínimos adequados, então quando chegaram os mais de 30 servidores no quadro de TI todos nos unimos e posso dizer que já avançamos bastante. O ritmo de evolução tende a ser mais lento que o na iniciativa privada, mas o importante é que ele exista e seja constante. Um forte abraço

  6. Professor, sou formado na área de TI, mas nunca trabalhei na area. Quero passar num concurso de TI e fico pensando que se eu conseguir vai ser ruim pq eu nunca trabalhei na área.
    Você poderia me dizsr se os órgãos investem em gente como eu para aorrnder a ttabtraba na área? Como cursos e etc?

    1. Autor

      Olá, Raone! Fica tranquilo, várias pessoas tem essa mesma dúvida, mas na prática o pessoal costuma levar em conta as experiências da pessoa. Sim, vários órgãos investem em formação (nem todos). No geral, não vão te cobrar por algo que você disser que não domina sem te capacitar. Tenho um colega que hoje é Diretor que entrou no Tribunal apenas com experiências acadêmicas. O que importa é a disposição e a vontade de aprender. O resto a gente desenrola!! Um abraço

  7. Ei cara.Gostei muito desse seu artigo.Muito bom.Tenho pretensões de fazer concurso pra Justiça Federal(TRF 5) na área de TI, porém fico receoso por causa da questão do local.Sou de Aracaju/Se, e não queria sair do meu estado, entende?Há essa possibilidade deles transferirem um servidor recém chegado ou já com algum tempo de serviço para outro estado?Obrigado!

    1. Autor

      Olá, Oscar! Tudo beleza ? Olha só, no Judiciário Federal, a tendência tem sido só permitir permutas ou redistribuições após o estágio probatório. Assim, se você passar em outro estado, teria que aguardar três anos antes de tentar voltar. Para a permuta ou redistribuição você precisa achar alguém de outro órgão e de mesmo cargo para fazer uma troca (a permuta é provisória e a redistribuição definitiva). Procura no Google que você vai achar alguns sites que facilitam essas permutas e redistribuições. Abraços e até mais!

  8. Boa noite, Jonathan!
    Para concursos na área de TI é necessário ter experiência?

    1. Autor

      Olá Claudio! São raros os concursos que demandam experiência prática! A maior parte só pede mesmo o ensino superior ou curso técnico. Abraços.

  9. Parabéns pelo belo artigo Jhonathan! Pode me dizer se a formação em curso superior em Tecnólogo na área de TI é aceita nos concursos para Analista de TI dos Tribunais?

  10. Boa noite Jonathan, excelente artigo, parabéns, gostei muito.
    Vi que respondeu uma pergunta sobre ter experiência e realmente, a maioria não exige .
    Somente exige o grau de escolaridade, “Superior, ensino médio ou médio técnico” .
    Mas como é ingressar no cargo público ? Ainda mais quem não tem experiência ?
    Passa por alguma avaliação ou treinamento ou já assume a função a ser exercida ?

    Grande abraço…

    1. Autor

      Obrigado, Marcio!
      Em geral, se você não tem experiência prática, entrará em atividades que demandem menos conhecimentos específicos, ex: atendimento, suporte, chamados, etc.
      Quanto a treinamento, a resposta é depende. Depende do órgão público, depende da quantidade de servidores novatos que entraram junto. Como exemplo, o Serpro tem dezenas de treinamentos em EAD, então quanto assumi lá passei um mês só fazendo os treinamentos em EAD. Já na Dataprev ficamos um mês em treinamento presencial com a turma de novatos. Já aqui no TRT tivemos dois treinamentos presenciais introdutórios e mais curtos. Enfim, varia bastante.
      Abraços

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